CANÇÃO PARA UM AMIGO
Não feneça assim
não morra enfim.
Olha a luz bem ali
além do vale, aí.
Há um lago no vale azul
não distante mais ao sul.
O choro da casuarina
tange-a o vento em surdina.
Seixos brincam na fina areia
quando a água trêmula ondeia.
Vem, vem comigo
molha os pés no lago amigo.
Um simples raio rompe o ramo
acorda do sono o gaturamo.
E tudo silencia
para ouvir da ave a melodia.
E tu dirás que o raio te renova
e que tua alma agora está nova.
Eu te direi, querido amigo:
volta sempre, estarei contigo.
UM PERFEITO MODELO
No café da praça, na mesma mesa
O solitário moço – uma pintura –
Suave o rosto, a face uma brancura
Causa-me esta imagem certa surpresa.
Com volúpia traga sua brasa acesa.
É personagem de antiga brochura
Das folhas saída a bela figura?
Até lhe noto fidalga nobreza.
A marcha detenho, a fim de vê-lo
Melhor em seu poético cismar
Por que, oh Senhor, tamanho desvelo?
E quem não conheço fui assim notar?
Bem sei: será o perfeito modelo
Que com tinta e paleta hei de pintar!
Anna Maria Avelino Ayres é mineira, nascida na cidade de Campanha/MG. Licenciada em Letras pela Faculdade de Educação – UFMG. Exerceu o magistério por um período de 33 anos. Escreve poemas desde o final da adolescência. Somente passou a publicá-los recentemente.
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